Registro Histórico
Vozes da comunidade nacional de alunos que cursaram a Pós-Graduação em JL
Quando alguém se propõe a ensinar como contar boas histórias (daquelas que nos tocam tão profundamente que provocam transformações tanto em quem escreve como em quem lê) é preciso muito mais do que livros, experiência e até boa vontade. É preciso acreditar no que se ensina, ter humildade, bom humor e coragem de se expor enquanto profissional e ser humano. Essa essência é presente durante todo o curso. Desde 2006, quando ouvi falar pela primeira vez da pós-graduação em Jornalismo Literário da ABJL, tive vontade de ingressar no curso. Infelizmente, isso só foi possível sete anos depois. Agora estou desenvolvendo o TCC, etapa final, e posso dizer que o curso foi muito mais do que esperava. As aulas são mais voltadas para a prática, sem deixar de ter a parte teórica que é importante, mas como no jornalismo literário, nada é óbvio. Certa vez, um grande músico me disse que quando entendemos melhor a mensagem dos grandes artistas (artistas, não necessariamente celebridades, ok?) passamos a entender melhor a nós mesmos, porque eles nada mais são do que um reflexo de todos nós. Neste curso, aprendemos a olhar e tentar enxergar no outro toda a luz e a escuridão que possa habitá-lo. A palavra-chave é compreensão de quem quer que se escolha como fonte, mas aqui as fontes são ouvidas sem interrupções, sem pressa, com intenção de mostrar a complexidade humana. Por fim, preciso dizer que fazer jornalismo literário no Brasil hoje em dia é uma das tarefas mais difíceis por “n” motivos, mas se (poucos) profissionais conseguem, o que impede você ou eu de conseguir?
Andréa Ascenção – Turma de 2013 – São Paulo
Decidi fazer pós-graduação em Jornalismo Literário porque estava cansada de usar a mesma “fôrma” para escrever todas as minhas reportagens. Não me agradava a ideia de privilegiar os dados informativos e deixar boas histórias em segundo plano. Queria que as minhas matérias tivessem alma, que fizessem o leitor parar para pensar nem que fosse por um momento, como os filmes que mexem conosco e nos fazem sair do cinema de um modo diferente do que entramos. O curso de JL oferece um cardápio de receitas novas para vários formatos de textos jornalísticos. Eu passava a semana inteira ansiosa pelas aulas que lapidavam a minha criatividade, apontavam caminhos para enriquecer narrativas e treinavam o meu olhar para enxergar as histórias interessantes que acontecem ao nosso redor o tempo todo, mas que costumam passar despercebidas. Com os professores aprendi que tratar os entrevistados de igual para igual, sem aquela barreira que distancia os repórteres de suas fontes, é a chave para entrar no mundo deles e extrair mais profundidade e verdade para os textos que vou construir depois. Descobri como é bom escrever de um jeito mais humano e com total liberdade, sem me preocupar com tamanho do texto ou com a linha editorial de um determinado veículo. Recentemente lancei o meu primeiro livro escrito com técnicas do Jornalismo Literário. É realmente gratificante ouvir dos leitores que a leitura transformou, de alguma maneira, o olhar que eles tinham sobre a vida. Foi exatamente para isso que escolhi essa profissão. Afirmo, sem exagero, que fazer este curso foi uma das minhas escolhas mais acertadas.
Sibele Oliveira – Turma de 2009 – São Paulo
Sempre sonhei em combinar literatura e jornalismo. Flerto com esse tema, desde a universidade, em trabalhos acadêmicos. Por isso, quando soube do Curso de PósGraduação de JL, em 2005, não perdi tempo a inscrever-me. Fiz a Pós em 2006 e, há nove anos, uso, no dia a dia do meu labor jornalístico o que aprendi no Curso, sobretudo com o professor Edvaldo Pereira Lima, cuja paixão pelo JL é contagiante. Sou subeditor de uma revista segmentada e tenho o prazer de rechear algumas das minhas produções, no periódico, desde 2006, com o humanismo do JL. Além da revista, a Pós me permitiu, em 2015, escrever e publicar livro-reportagem, prefaciado por Lima, que trata da participação de uma equipe brasileira na mais difícil prova de ciclismo do mundo, a RAAM.
Wagner Hilário Padula Borges – Turma 2006 – São Paulo
“Contar histórias com cor e sabor”. Foi o que ouvi em uma das primeiras aulas do Curso de Pós-graduação em Jornalismo Literário. Sim, isso é possível. Desde que estejamos prontos para ouvir com os ouvidos da alma. Desde que haja imersão. Compreensão. Sensibilidade. Contar histórias de seres humanos para seres humanos. Humanizar. Aprofundar. Ir além do comum e do factual. Mesmo que seja no jornalismo corporativo – área em que atuo nos últimos cinco anos. Sim, também é possível. Isso porque leitores, telespectadores, ouvintes e internautas gostam de histórias palpáveis. Instigantes. Com cor, sabor e conteúdo. E foi isso que aprendi neste Curso!
Jucélia Batista – Turma de 2012 – São Paulo
Dia desses, ouvi de um fotógrafo, que nós não podemos ter medo de mostrar as sombras se queremos mostrar a luz. Aquilo me marcou porque assim como a fotografia que é feita de luz e de sombra, somos todos nós, que habitamos esse universo, feitos de luz e sombra. O JL, em sua imersão profunda, com suas cenas, com seus símbolos de status de vida, com suas sequencias fotográficas (que acabam por juntar inúmeros pedaços de uma história) faz exatamente isso: mostra as diversas facetas de alguém ou de algo, com todas as alegrias e tristezas disso. Ouvi falar da Pós em JL em 2007, quando ainda estava na graduação. Fiz o Curso seis anos depois e saí contente porque aprendi – com professores e colegas – novas formas de contar histórias. E elas precisam ser contadas, tanto por mim quanto por você.
Annelize Tozetto – Turma 2013 – Curitiba
O que mais me chamou a atenção neste Curso? O olhar humano e responsável sobre o ato de perceber o mundo e de representá-lo; as vivências que tivemos nas aulas e que sensibilizam a nossa percepção de identificar o que está acontecendo ao nosso redor; as leituras e as interpretações que fizemos identificando vozes e ideologias nos textos; os procedimentos que tivemos para aprimorar o nosso ato de escrever; o nosso café da tarde. Também a oportunidade que tivemos de conhecer e de conviver com pessoas que buscam no jornalismo autoral uma forma de conhecer um pouco mais o que nos rodeia e de se conhecer também. Enfim, um Curso sobretudo humano.
Norma Facchini – Turma 2010 – São Paulo
Decidi fazer a Pós-graduação em Jornalismo Literário num momento delicado. Assumira o comando de um caderno diário de notícias sobre o interior de Goiás, função que acumularia por quase dois anos com a de editora de Opinião do jornal O Popular. E tinha recebido o melhor dos presentes que a vida pode dar, o nascimento de Júlia. Mas fui em frente, depois de ouvir palestras do professor Edvaldo Pereira Lima, que se tornaria o amigo Ed, e da jornalista Eliane Brum. Afinal, o curso seria em Goiânia, eu não teria de viajar para Brasília ou São Paulo, como até então eram as opções. E como dizem em Pirenópolis, onde nasci: “Cavalo arreado só passa uma vez”. Embarquei na oportunidade e ela me abriu perspectivas, principalmente ao renovar minha vontade de ouvir e contar histórias, ao me proporcionar contato com pessoas que acreditam no poder transformador da escrita, ao me lembrar que o jornalismo é ganha pão, sim, mas que não foi só por isso que me apaixonei por esse ofício tão exigente e gratificante. Hoje, não mais em redação de jornal diário, vejo que posso prosseguir, porque há sim mercado e possibilidades no campo vasto do Jornalismo Literário.
Karla Jaime Morais – turma de 2008 – Goiânia
Sabe o que é sair de Campinas, a cada quinze dias, às 16h de sexta-feira, chegar atrasado depois do trânsito de São Paulo, assistir aula até às 23h, acordar cedo e correr para a aula no sábado até às 18h, durante um ano e meio? Não? Nem eu. Afinal de contas, falando assim, até parece uma experiência difícil, dolorosa, chata e cansativa. Mas foi o contrário de tudo isso que senti com meu Curso de Pós-Graduação em Jornalismo Literário. Todas os meus problemas e dúvidas ficavam da porta para fora. Todas as minhas não crenças no jornalismo, deixei longe. Dentro, eu só conseguia conhecer um mundo novo, onde eu começava a crer que a minha missão como jornalista podia ser transformadora. Entender um pouco de si, aprender a sentir o outro, e poder colocar tudo isso no papel, não tem preço. Saí com a certeza de que era o Curso que me faltava para eu poder ser quem sou na minha profissão.
Juliana Damante – Turma 2009– São Paulo
Mesmo quando se escreve todos os dias, um certo medo costuma assombrar o escritor/jornalista: será que a expressão “x” não é clichê? Não estou sendo piegas ao exagerar nos detalhes? Acredito que a maior contribuição da Pós-Graduação em Jornalismo Literário é que ela nos livra desses receios. As aulas nos jogam em um mundo novo, onde devemos nos soltar, pensar menos nos julgamentos e liberar de vez nossa criatividade. Além disso, há técnicas muito práticas que aprendemos nas disciplinas, facilitando o dia a dia nas redações. Fora que vivenciar o JL é relembrar que ele fez o jornalismo passar de um mero relator de fatos para assumir um protagonismo social.
Isadora Rupp – Turma de 2013 – Curitiba.
Meus textos jornalísticos sempre foram humanizados. Mas eu não sabia disso. Se tinha oportunidade, optava pelo coração e deixava a alma escrever por mim. Foi preciso, contudo, fazer o Curso de Pós-graduação em Jornalismo Literário, tendo à frente o professor Edvaldo Pereira Lima, para entender essa característica. Após dois anos e meio de pós lato sensu, indo e voltando a cada 15 dias de Ribeirão Preto a SP, dominei as técnicas, aprimorei a vertente e encontrei parceiros que, como eu, preferem uma boa história a um lide impessoal. Hoje as palavras fluem e, se o editor não “gosta” do texto que fala mais de gente do que de fatos impessoais, lamento por ele. Um dia ele chegará lá!
Ruth Rendeiro – Turma de 2010 – São Paulo
A pós de Jornalismo Literário – JL – me fez enxergar melhor o outro, o que me ajudou (e ajuda) a entendê-lo também. E isso extrapola e muito o espaço da redação.
O JL nos faz ir além do que achamos que é jornalismo e desperta em nós o escritor-jornalista adormecido no mais profundo do nosso ser.
Aprendi que no JL mostrar uma cena fala muito mais do que a simples menção de uma palavra que tenta descrever uma situação. Isso porque não precisamos dizer nada, já que uma narração fluida e bem articulada se encarrega de contar ao leitor um determinado fato – trágico ou cômico -com personagens cativantes e incrivelmente reais.
Jaqueline Corrêa – Turma de 2010 – São Paulo
Certamente eu repetiria o curso de pós de JL, se fosse novamente oportunizado nos pagos gaúchos de Porto Alegre, como aconteceu em 2006/2007 privilegiando uma minoria de jornalistas interessados que conviveram, aos finais de semana, com a turma maravihosa de professores escalada pelo Ed, pelo Sérgio, pelo Celso e pelo Rodrigo, amigos desde então.
As aulas, invariavelmene especiais, compartilhada com parceiros para sempre, me ajudaram a perseguir a melhora do texto mas, sobretudo, inspiraram novas buscas, provocaram reflexões, estimularam a criatividade e embalaram vivências pessoais que contribuem para o meu acúmulo profissional e enriquecem minha bagagem existencial.
André Pereira – Turma de 2006 – Porto Alegre
Apesar de já ser um veterano do jornalismo ao me inscrever no curso de JL da Academia Brasileira de Jornalismo Literário – ABJL -, o panorama que seus professores especialistas traçaram desse universo e as ferramentas que nos ensinaram a utilizar para produção de narrativas da vida real representaram, para mim, um novo patamar de excelência para os textos que desde então me dispus a elaborar e, sobretudo, uma nova forma de pensar e fazer o jornalismo para o qual tantos de nós sempre nos sentimos vocacionados.
Sebastião Aguiar – Turma de 2007 – São Paulo
Meu primeiro contato com o Jornalismo Literário, ou simplesmente JL, foi no terceiro ano da faculdade, quando todos já acreditávamos piamente naquela balela de que o Jornalismo é apenas a pirâmide invertida, a notícia fresca e que logo perde importância, o imediatismo inconseqüente. A modalidade apareceu de uma maneira tímida, em meio às aulas de alguma disciplina que focava as reportagens um pouco melhor elaboradas, mas com força suficiente para que alguns alunos começassem a repensar as “verdades absolutas” dos ditadores de regras da comunicação. Foi aí que conheci Gay Talese, Capote, Norman Mailer e outros nomes consagrados do gênero. Passaria a ter um pouco mais de afinidade com esses já coroas no meu trabalho de conclusão de curso, um livro-reportagem que, além de um volume jornalístico, pretendia-se uma peça de Literatura, com todas as ferramentas, manhas e artimanhas que esta arte pode emprestar a qualquer texto narrativo.
Depois de formado, já apaixonado pela modalidade, resolvi aprofundar meus conhecimentos. Especialização em Jornalismo Literário. Aí a coisa ficou séria. Fundamentação e argumentação teórica, grandes mestres – Edvaldo Pereira Lima, Sergio Vilas Boas, Celso Falaschi, Monica Martinez… -, e a descoberta de mais jornalistas que conseguiram transcender o simples texto informativo para transformar o ofício em arte: Ryszard Kapuscinski, Tiziano Terzani, Joel Silveira, dentre tantos outros.
No Brasil, o Jornalismo Literário acontece pelas beiradas. Na grande mídia está presente em publicações como a Piauí e a Brasileiros, além de repentes em um ou outro lugar, mas é longe dos holofotes que ele ganha força, principalmente quando voltamos as atenções aos livros. Excelentes narrativas jornalísticas vêm sendo publicadas nos últimos anos no país, sejam elas relatos de viagens, grandes reportagens ou biografias – estas uma febre mundial –, dentre outros gêneros da modalidade. Nos livros que os escritores encontram espaço e liberdade suficientes para fugir dos modelos engessados das redações, expor o seu próprio estilo, aprofundar-se de verdade nos mais diversos temas, buscar abordagens inusitadas e, principalmente, focar no ser humano e mostrar toda a sua amplitude e complexidade, não de forma exploratória, mas procurando uma real compreensão do próximo. Aliás, este é provavelmente o grande diferencial do Jornalismo Literário: não simplificar a realidade ao medíocre e superficial “quem?”, “quando?”, “onde?” “como?” e “por quê?” – que é sim útil para a maior parte das situações, cuja importância não vai além do imediato.
Há muito espaço para o crescimento do JL no Brasil – e em todo mundo, creio –, mas é preciso romper paradigmas. Uma melhor formação dos leitores – um problema de base, da escola – com certeza faria com que o gênero encontrasse um terreno mais fértil. Contudo, arrisco dizer, ainda que o terreno estivesse em melhores condições, não teríamos jornalistas com formação cultural e intelectual sólida o suficiente para se aventurar na produção de narrativas não ficcionais, afinal, a baixa qualidade de boa parte dos profissionais da comunicação também é algo para se preocupar.
Por fim, é necessário que se deixe para trás o medo – e a preguiça, em muito casos – de dar um formato artístico a um texto jornalístico. A Literatura é arte e arte é forma; o Jornalismo é conteúdo. Não há problema algum em juntar uma bela forma para um conteúdo profundo, de grande valor. Não há problema algum em almejar e praticar o Jornalismo Literário.
Rodrigo Casarin – turma de 2010 – São Paulo.
Conheci Edvaldo Pereira Lima numa noite de sexta-feira. Foi numa sala de aula. Quando cheguei, havia uma única cadeira, próxima à porta, na sala lotada de jovens e adultos. No centro da sala, Edvaldo descrevia as emoções que palavras podem despertar. A força daquela explicação aumentava o silêncio na sala. O homem de cabelos grisalhos falava pausadamente, com palavras precisas e comoventes, atraindo a atenção de dezenas de profissionais que ganham a vida escrevendo: jornalistas. “O escritor nos leva a uma viagem simbólica por temas, territórios, cenários reais, personagens, eventos, sentimentos, emoções, impressões, gostos, cores, ritmos e sons da vida.”
Começava naquela sexta-feira o curso que mudou minha carreira e a de dezenas de jornalistas no país: o da Academia Brasileira de Jornalismo Literário, curso coordenado pelo professor Edvaldo Pereira Lima. Foi em 2012, em São Paulo, quando também era coordenador do curso, outro mestre do jornalismo, Celso Falaschi, que hoje se dedica à Psicologia.
A indicação ao curso foi de meu colega de redação, Patrick Santos, hoje, âncora na Rádio Jovem Pan, onde coordeno a campanha de prevenção Jovem Pan Pela Vida, Contra as Drogas. Foi com forte emoção que Patrick , repórter de destaque na Jovem Pan, descreveu o curso e as aulas de Edvaldo Pereira Lima. Sem dúvida, uma das experiências mais gratificantes em minha carreira.
O Curso da Academia Brasileira de Jornalismo Literário amplia os horizontes de nossa profissão, capacitando para o sonho da maioria dos jornalistas: escrever livros. É uma reconfortante viagem nesta profissão onde a principal ferramenta é a palavra. Mais do que isso: a valorização da nossa profissão, que diariamente registra fatos que marcam uma família, um bairro, uma cidade, um país. E no curso da ABJL aprimoramos esta arte, a de, diariamente, contarmos histórias que transformam vidas.
Foi com os ensinamentos do curso da Academia Brasileira de Jornalismo Literário que obtive uma das grandes vitórias da Campanha que coordeno na Rádio Jovem Pan. A luta de uma mãe da periferia que procurava internação na rede pública para o filho de apenas 12 anos, dependente de maconha,que já roubava a família e ameaçava a avó, a tia e a mãe . Durante um mês, acompanhei o drama desta mãe,peregrinando pela rede pública de saúde em São Paulo em busca de vaga para internação do filho. Um drama resolvido após a publicação do texto que escrevi— Um presente de Natal – em dezembro de 2012 no blog de Jovem Pan Pela Vida, Contra as Drogas , empregando as técnicas que aprendi no curso da ABJL. A repercussão deste texto resultou no envolvimento da Comissão Antidrogas da OAB/SP, garantindo na Justiça a internação deste adolescente, hoje, em recuperação. Força da palavra, como ensina o mestre Edvaldo.
Obrigada, professor Edvaldo Pereira Lima por sua generosidade em nos transmitir seus conhecimentos também em livros, como “Ayrton Senna, heroi de um novo tempo” , e o clássico “Páginas Ampliadas”,onde define livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura.
O curso de pós-graduação em JL vai além do trivial. Ensina a tocar os corações dos leitores com belos textos sem perder a verdade. Técnica muito delicada, difícil de ser alcançada , e os professores transmitem estas técnicas de forma primorosa . Com certeza, após o curso, passamos a contar fatos ao nosso ouvinte, ao nosso leitor, com mais qualidade.
Izilda Alves – Turma de 2011 – São Paulo
Concluí o curso de Jornalismo Literário, oferecido pela ABJL, no início de 2009, na turma de Goiânia. Foi um presente para mim.
Além de cumprir o programa com seriedade e competência admiráveis, os coordenadores e docentes de JL (mestres e doutores, com reconhecida experiência em sua área de estudo e ampla produção publicada), nos presentearam com sua generosidade no ato de socializar o conhecimento.
Também nos enriquecemos com os cases sobre a experiência profissional e pessoal de nossos mestres, nas trilhas do jornalismo. Partilhas de quem se importa com o crescimento do outro e com o papel social do jornalismo. Uma lição de docência e de humanidade.
A antecedência com que as bibliografias foram disponibilizadas para leitura, com orientações específicas para cada módulo; as metodologias utilizadas na apresentação dos conceitos, a aplicação dos exercícios para despertar criatividade e a avaliação da nossa produção foram também exemplares.
O curso oferece teoria e prática em jornalismo, provoca reflexões, aponta novos horizontes profissionais e ainda tem muito de inusitado…Todo jornalista deveria ter a oportunidade de passar por ele, no início de sua carreira. Certamente, a qualidade do jornalismo seria outra.
Saudades das nossas aulas…
E das grandes pessoas também.
Eliane Borges – Turma de 2008 – Goiânia
Eu queria escrever.
Comecei a escrever aos oito anos de idade, quando Ayrton Senna morreu. Aquilo me chocou tanto que nem eu sabia como tirar aquela dor do peito. Foi quando a professora, vendo um bando de crianças melancólicas após a perda do ídolo, decidiu fazer o parto. Alguns escreveram duas ou três linhas. Fiz um texto que pariu lágrimas. Minha mãe foi chamada para que a coordenação lhe contasse da minha dor. E meu texto viajou por alguns simpósios. Ayrton me deu um presente com sua partida.
Os anos passaram, o vestibular chegou e a ideia de ser aeromoça-bailarina-astronauta-ufóloga-médica deu passagem à vontade de ser socióloga e jornalista. Uma coisa não anulava a outra, é verdade. Mas naquele momento só podia escolher um caminho. Fui cuidar do mundo em meio às revoluções, aos livros, aos pensadores e pensamentos. Me formei, mas eu escrevia e escrevia e escrevia… Falava de coisas de dentro pra fora. Por um momento, me cansei de analisar, de usar das ideias de outros para traduzir a vida. Eu tinha vontade de escrever sobre uma pessoa e não sempre sobre as massas. Neste meio tempo, inscrevi meus textos em alguns concursos e comecei a ganhá-los. Mas para mim, além do prêmio, o que valia era os e-mails de pessoas se identificando com aquilo que eu fazia. Eu conseguia traduzi-las em meio ao mundo. E isso era mágico.
Eu quis fazer uma pós em que pudesse escrever, mas queria algo que ainda, pensava eu, ninguém tinha se disposto a ensinar. Foi quando em pesquisas do Google encontrei a ABJL. Quando lá cheguei, no primeiro dia de aula e atrasada, percebi que era isso que eu queria fazer. Mas eu tinha algumas desvantagens. A maioria dos que estavam ali eram jornalistas, sabiam de termos, técnicas, do jeito de se contar uma história. Eu não. Mas e daí? Eu estava me divertindo.
Fiz amigos que me ajudavam nas leituras dos códigos jornalísticos, me apresentaram Eliane Brum, Gay Talese, sorrisos e algum incentivo de que eu levava jeito para coisa. Não importava aonde eu chegasse. Eu estava me divertindo, me descobrindo, pensando com o coração, escrevendo com um propósito. É, era isso. Eu tinha um motivo, ainda que desconhecido para estar lá. Foi quando eu entrei em um trem e uma mulher chamada Etelvina começou a me contar sua história, do nada. Naquele dia, ela vencera a depressão e saíra de casa pela primeira vez, sozinha, depois de meses, depois de ter abandonado os filhos e não ter se perdoado, de tentar se encontrar no meio daqueles trilhos, dos passos, das pernas que sabiam para onde ir e ela não. Etelvina me presenteou com sua vida e fez de mim uma contadora de histórias.
Depois de Etelvina, surgiram Magui salva por um mendigo, uma mãe que perdera o filho e recolhia latinhas no lixo para não recolher os cacos de sua vida, Érika que encontrei no metrô e a perdi pela vergonha de quem não se aproxima com a sede de contar a história de alguém. Quis a sincronicidade do tempo que eu a reencontrasse dois meses depois em um banheiro, aquela menina da bolsa laranja que me deu seis meses de sua vida para que eu a transformasse em letras, em vida, para que uma grande amizade surgisse em meio àquelas primeiras lágrimas. Ela me deu um segredo e permitiu que eu o decifrasse.
Depois de tantas, me encontrei em outras, encontrei a Nathalia que não mais queria ser chamada de escritora, socióloga, esta linguagem categórica de diploma. Eu encontrei a Nathalia Contadora de histórias, alguém que conseguia parir inúmeras “Nathalias” a cada história que a ela contava, a cada pessoa que, inexplicavelmente, a parava na rua para lhe contar vidas. Eu dei à luz a mim mesma e continuo me gerando, de fora para dentro, a cada extraordinário que se apresenta no ordinário, como um milagre que bate à minha porta e me chama à vida, para escrever, para que eu fale em letras o que eu busco no mundo e em mim mesma. Estas pessoas não me entregaram histórias, me deram vidas, me deram um emprego no qual eu criei inúmeros livros, me deram a chance de escrever aquilo que eu sonhava.
Eu agradeço à ABJL por segurar minha mão, como quem leva o filho pela primeira vez à escola, por ter me ensinado como abrir a porta do mundo, ter me dado tantas chaves para isso. Eu agradeço a todos vocês que me inspiraram, que acreditaram em mim, desacredita por tantos. Vocês me fizeram acreditar que meu coração tinha tanta força como quem tem técnica. Eu agradeço aos inúmeros chás e bate-papos e brilho nos olhos que me ajudaram a ter.
Agradeço a todas as pessoas que fazem de mim uma contadora de histórias da vida real.
Agradeço ao Ayrton Senna que me ensinou que “Ostra Feliz não faz pérola”, que me presenteou com a forma mais bonita que eu tenho de parir o mundo.
Nathalia Triveloni – Turma de 2010 – São Paulo
Jornalismo Literário; antes o que para mim seria crítica literária. Transformou a minha vida e a minha carreira profissional. Depois de ter feito a imersão no curso: o meu olhar, o meu tocar e o meu escrever são bem mais sensíveis. Lógico que a “caminhada” para obter o título de jornalista literária não foi nada fácil. Sou da turma de 2008 formada em Goiânia-Go, só que na época não morava na capital era uma interiorana cheia de sonhos. Morava em Porangatu, norte do estado. E, a cada novo encontro, que eram quinzenais percorria 420 quilômetros de “busão” para ir e outros 420 quilômetros para voltar. Mas, digo que valeu a pena ter tido aulas encantadoras dadas pela eterna Lucy Penna, instigadoras do Edvaldo Pereira Lima, inspiradoras do Sérgio Villas Boas e de tantos outros mestres. Enfim, mil vezes recomendo. Hoje tenho orgulho de dizer que minha sina é contar boas histórias.
Amanda Costa, é jornalista literária.
O Jornalismo Literário está aí para transformar o seu olhar sobre os fatos, simples assim. É uma tentativa de trazer vida à reportagem. Como? Percebendo gestos, olhares, exclamações e pontos finais. Por isso, estudar JL é também uma forma de transformação pessoal; não só profissional. Super-recomendo o curso. Vale muito a pena! É uma oportunidade única de aprender JL com quem estuda o assunto há anos e anos, e também de fazer grandes amigos.
Lilo Barros – Turma de 2009 – São Paulo
A princípio, procurei o curso com o intuito de desenvolver a escrita e adquirir técnicas para construir meus próprios caminhos na imersão das mais diversas realidades, das quais me deparava, principalmente através do jornalismo diário, e não me contentava, sentia que faltava profundidade. No começo do curso ainda conhecia pouco do jornalismo literário, do que mais gostava, e que talvez se aproximasse do gênero, estava no campo do audiovisual: os documentários – um dos módulos do curso (relacionado ao JL). Ao decorrer das aulas, percebi ser possível, através das portas abertas pelo JL, chegar mais perto dos mais diversos mundos, bem como alcançar múltiplas camadas dentro das histórias de personagens da vida real; de forma humanizada, tanto para o jornalista, quanto para o personagem. Esse caminho foi construído através de muita troca, (e muita escrita! – dentro e fora de sala de aula) entre professores, alunos e entrevistados. Se antes, a minha dúvida era se uma ex-publicitária e atual arte-educadora, enferrujada na escrita e com receio de chegar à vida do “outro”, conseguiria atravessar essas portas, hoje tenho que eliminar parágrafos para enxugar o texto, não pelo limite de laudas, ou por ter aprendido a editá-lo melhor, mas por ter apurado a infinidade do contar. A escuta viva proporcionada pelo JL é outro aprendizado que levo para a vida. Além de ouvir as pessoas de forma mais humanizada, o que se iniciou no curso, através da fala dos colegas (em relatos, ou na leitura voluntária de seus próprios textos), aprimorei o difícil exercício do relativizar, de escutar os mundos.
Danielle Sleiman – Turma de 2013 – São Paulo
Escrever sempre foi um sonho. A opção por jornalismo foi o que encontrei de mais próximo para realizar esse sonho. Muitos anos após a conclusão do curso, feito na PUC-Campinas, voltei a sonhar com textos mais soltos, livres, e fazer o curso de pós em Jornalismo Literário me deu muito mais maturidade profissional, sem contar o prazer de conviver com pessoas criativas e de redescobrir textos maravilhosos de autores brasileiros e estrangeiros.
Fazer o curso de pós em Jornalismo Literário é muito mais que um investimento na carreira, mas um momento especial na vida de qualquer um que goste de escrever. É treinar o olhar em parâmetros humanos, é buscar no outro sua própria identidade, é colorir a vida que se apresenta em preto e branco e, acima de tudo, é elevar-se com asas de sonhos, olhos de águia, mãos suaves mas precisas e um coração cheio de afeto.
Ademar Lopes Junior – Turma de 2010 – São Paulo
Ingressar no curso de JL me ajudou a fazer as pazes com o jornalismo, com quem andava de cara amarrada pelo seu comportamento quadrado, mais estatístico que humano, quase um relatório da realidade. No curso de JL, aprendi que o “literário” do jornalismo vai além da linguagem empregada: está na forma de ver e sentir, mais do que a própria história, os protagonistas dela. Aprendi a contar histórias de personagens reais sem precisar inventar nada – e com minha própria voz autoral.
Janaína Quitério – Turma de 2008 – São Paulo
Fiz o curso quando estava desiludido com a atuação no jornalismo, incomodado com suas limitações e vícios. A pós, então, foi um divisor de águas não apenas na minha carreira. De forma dinâmica e atraente, aprendi que o bom jornalismo está sempre centrado em sujeitos, não em fatos. Os fatos são importantes, claro, mas sem os sujeitos, nada nesse mundo tem vida e valor – nem mesmo os fatos. E o curso, além de me apresentar pessoas especiais, ainda mexeu com meu modo de enxergar a realidade, percebê-la na riqueza que cada ser humano carrega, como traço universal ou particular. Vale como lição para a vida!
Bruno Pessa – Turma de 2006 – São Paulo
“O que é amor, permanece”, ouvi uma vez. Concordo com essa frase todos os dias. Há dez anos ouvi pela primeira vez o prof. Ed a falar sobre Escrita Total, quando fazia a pós em Jornalismo Literário, a primeira turma, em Campinas. Tracei um caminho muito diferente do que eu imaginava naquela época. Desejava ser um repórter especial de algum grande veículo perdido em qualquer deserto ou país inóspito, respirando as histórias do mundo. Meu jornalismo não converteu-se nesta realidade, mas o curso de JL foi o coelho que segui para iniciar meu caminho na Psicologia, descobrindo as histórias pessoais.
Foi durante uma insônia nesta madrugada mesmo, nos suspiros de 2014, que retirei da estante o livro “Escrita Total”. Tal foi minha surpresa encontrar, ao iniciar a leitura, diversas aplicações e experiências da narrativa na área da psicologia e da saúde que já havia ouvido naquela época, mas não prestara a devida atenção.
O valor da semente está em seu potencial, eclodir em flores e frutos no tempo de sua natureza. Se você está com vontade de fazer este curso, mas não entende a razão, minha sugestão é que embarque nessa jornada.
Karam Valdo – Turma de 2005 – Campinas