Memória
O primeiro Curso de Pós-Graduação em Jornalismo Literário na história do Brasil marcou época no cenário da educação jornalística entre 2005 e 2016.
Seu primeiro impulso criador partiu de uma iniciativa do professor e jornalista Celso Falaschi (na época docente da PUC de Campinas, em São Paulo), que convidou seu orientando de graduação Rodrigo Stucchi, a mim e a Sérgio Vilas-Boas (jornalista, escritor, meu orientando de pós-graduação de Mestrado e Doutorado na USP, também professor universitário) para criarmos o primeiro site especializado no tema, como parte de uma estratégia de disseminação da cultura do jornalismo literário. Na época, o meu trabalho na pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes da USP tinha se tornado um importante polo disseminador dessa cultura no mundo acadêmico, enquanto Celso era um dos expoentes da prática docente do JL na graduação.
O ponto de entrada para a expansão desse conhecimento estava alicerçado no livro reportagem, tema do qual meu livro Páginas Ampliadas , resultante da Tese de Doutorado defendida na USP, tinha se tornado obra seminal na academia brasileira.
Mas ambos sentíamos que seria uma pena esse conhecimento ficar restrito às universidades públicas ou privadas. Sabíamos que havia um interesse grande pelos dois temas – JL e livro reportagem – integrados, no mercado profissional e na sociedade como um todo. E que o pequeno núcleo de jovens pesquisadores e professores que se formava espontaneamente em torno do meu trabalho já configurava o maior polo de especialistas no assunto, no Brasil.
Essa confluência de fatores e a perspectiva visionária do Celso deu origem então ao site, o TextoVivo, depois à fundação da Academia Brasileira de Jornalismo Literário – ABJL – e finalmente ao Curso de Pós-Graduação em Jornalismo Literário. A nós três, professores do Curso, juntaram-se docentes convidados, a maioria alunos e ex alunos meus na Pós-Graduação ou mesmo na graduação da USP, alguns orientandos de Mestrado ou Doutorado, todos habilitados e apaixonados por JL. Monica Martinez, Alex Criado, Raul Osório Vargas, Renato Modernell, Denise Casatti, desse grupo específico oriundo da USP, tiveram participação consistente, do princípio ao fim do programa. Em determinados períodos, jornalistas-professores de origem acadêmica fora desse núcleo central se agregaram ao corpo docente, como Jaqueline Lemos, José Carlos Fernandes, Francisco Rolfsen Belda, Patrícia Sales Patrício, Angelita Pereira de Lima, Joanita Ramos, Paulo Paniago, Klester Cavalcanti. Especialistas de outras áreas, ou com formação conjunta em jornalismo e outros campos, também trouxeram sua contribuição em determinados instantes, notadamente Lucy Coelho Penna, assim como Rosa Alegria e Cyntia Andretta, entre demais colaboradores. Numa fase posterior, pós-graduados dos primeiros anos da Pós JL foram convidados a assumir docência na própria Pós, com destaque para Fabiano Ormaneze , Ben-Hur Demeneck, Bruna Vieira Guimarães, Angela Farah, Mauri KÖnig e Cristiano Castilho.
A ABJL foi extinta em 2013, como resultado orgânico do estado de impermanência das coisas, nessa vida. Por incentivo de Celso, continuei a realizar o Curso, abrindo para podê-lo administrar, na ausência da ABJL, minha própria empresa. O Curso continuou até 2016, mas ao término da formação da turma que se posgraduou esse ano em São Paulo, entrou em estado de hibernação – por falta de procura causada provavelmente pela crise estrutural profunda que se abateu sobre o jornalismo – e se encontra desativado.
Interessado em saber mais?
O jornalismo literário e a academia no Brasil: fragmentos de uma história
https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/25024
Se preferir, baixe o arquivo PDF aqui.
Aqui você encontra uma série de matérias produzidas por pós-graduados em JL, durante seu período de alunos da Pós, assim como informações relevantes associadas. Compõem um arquivo simbólico do resultado narrativo dessa história.
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