O Texto Sadio
EDVALDO PEREIRA LIMA – PUBLICADO EM 28/08/2018
Já comentei aqui no site (e comentarei sempre, aliás) sobre o papel da escrita consciente. Como a escrita pode nascer do lado luminoso do nosso interior e não apenas das nossas fontes internas obscuras, como parece ser a regra. Escrever pode ser sublime. Escrever é criar a partir de um movimento consciente que jorra das fontes internas de cada um de onde brota o belo, o harmônico, o sublime.
Uma bela iniciativa inspiradora nessa direção: o I Encontro Mundial de Escritores e Poetas Ecologistas, “O grito da literatura pelo Planeta Terra”, que aconteceu nas Ilhas Galápagos este ano. O evento dá visibilidade a um grupo de escritores e poetas de caráter cultural – ambientalista sob o lema “Impulsando a literatura como instrumento de paz e conservação do planeta Terra frente às mudanças climáticas e à extinção das espécies”.
Essa filosofia se alinha com muito êxito à ideia de que contemplar a natureza é um dos caminhos possíveis para o desenvolvimento da escrita consciente.
Quer exemplos?
Mãe e filha, as poetisas Flor Viviana Naranjo Freire e Flor María Freire Neira criaram há dez anos a campanha “Escrevo para sobreviver”, que busca por meio da poesia ecológica conscientizar a humanidade sobre as espécies ameaçadas de extinção e sobre o aquecimento global. Marlón Veliz, escritor e compositor, autor de um emocionante conto de ecologia sobre os caminhões e o perigo que representam à natureza e à vida humana, se mal conduzidos. A escritora Pilar Vélez Zamparelli, focada em conscientizar as pessoas, por meio da escrita criativa, sobre o plástico e seu dano à natureza. Autoras e autores dedicados a produzir a partir do que há de melhor em cada um.
Essas iniciativas são sementes lançadas em terreno bastante fértil. Vale a pena regar e transplantar suas mudas para que se multipliquem e floresçam pelo caminho. Vale a pena nos inspirarmos em seu campo criativo despertado pela natureza.
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