HERÓI OU VILÃO, A ESCOLHA DE CADA UM

A encruzilhada em que a civilização se encontra, neste episódio sem precedente moderno de uma pandemia de tal magnitude, provoca, em muitos, o fundamental movimento interno de profunda reflexão centrada em dois focos. Suas próprias vidas e a inserção dinâmica de cada um de nós no ciclo histórico, mutante, de toda a humanidade, em um dos seus picos mais desafiadores, dada a natureza múltipla das crises integradas que nos desafiam.

 Como em toda narrativa épica, esta história que estamos vivendo e construindo tem duas faces: o enredo factual de um lado e no verso o que mais importa, o tema subjacente profundo que lhe dá sentido. Este sentido é o da evolução e o propósito é impulsionar a humanidade a tomar uma opção diante dos caminhos bifurcados da nossa encruzilhada: 

1 – Saltarmos para o incerto, mas criativo caos transformador onde se esconde, talvez, nossa fonte perene de rejuvenescimento e reinvenção que traz vida.

2 – Retrocedermos para a armadilha do “novo normal” e do velho mundo conhecido das coisas que são nossa falsa zona de conforto. Em lugar de nos lançar para a ampliação de horizontes e empoderamento que tanto precisamos, nos prende ainda mais na falácia de vítimas do destino que inconscientemente ou não sedimentamos. Nos serviu no passado, mas agora nos asfixia cada vez mais rapidamente rumo ao desastre, se não agirmos com coragem, assumindo nosso poder de heróis.

A Matrix Divina, porém, deixa nas nossas mãos a responsabilidade e o poder de decisão. Livre arbítrio. Nós, como espécie, é quem vamos dar uma mensagem de retorno ao campo unificado de Consciência o que escolhemos fazer: aceitar a grandiosidade magistralmente divina do Amor sábio que gerou tudo isso como projeto, o projeto humano em progresso neste planeta, ou cancelarmos essa generosidade magnânima da fonte misteriosa que tudo criou. 

Para tomar ação, precisamos de instrumentos. Abrir consciência é conhecer. E conhecer acontece pelo fenômeno da comunicação através de todas as vias de percepção, decodificação e codificação da realidade que o ser humano tem armazenadas dentro de si, ativadas ou não.

Daí a importância vital, neste momento, de um dos instrumentos mais extraordinários de investigação de si e da realidade da existência que o ser humano já desenvolveu. A Jornada do Herói, que simultaneamente é um brilhante meio de estruturação de histórias, para comunicadores. E comunicadores, diga-se de passagem, somos todos nós. Comunicar é tão decisivo quanto respirar. Mas normalmente fazemos mal as duas coisas. 

Na Jornada está inserida a figura dos arquétipos, esses modelos inspiradores de comportamento e transportadores de conhecimento, no inconsciente coletivo, que são também instâncias psíquicas do nosso vasto e misterioso mundo interno. O Herói é um dos principais e no jogo das polaridades que movimentam o dinamismo da vida, seu antagonista é o Vilão. Temos as duas potencialidades dentro de nós, podemos oscilar entre ambas. Eventualmente, podemos exercer uma dessas funções num certo capítulo da nossa história de vida, outra noutro.

Acontece, contudo, que a Consciência, a matrix de tudo o que existe, parece pressionar os seres, no processo de evolução, para a partir de um certo momento consolidarem seu caminho de abertura de horizontes e de empoderamento do que são de fato no centro de sua verdade mais oceanicamente profunda. Nesse prisma, nós, seres humanos, temos sido, na maioria, princípio de projetos do que poderemos vir a ser. Somos mutantes. E essa mutação parece preferir que consolidemos nosso dinamismo transformador, saindo da oscilação pendular entre o Vilão e o Herói, tornando sustentável nossa habitação de consciência no plano do Herói.

Para esse salto, não há atalho. O candidato a Herói – cada um de nós nesta vida, protagonistas que somos das nossas próprias histórias – tem como primeiro movimento o Chamado à Aventura. Se vai responder ao potencial de grandeza que a alma o aguarda conceder, precisará se lançar nas trevas subterrâneas do Caminho de Provas, confrontar seu Vilão, entrar no Ventre da Baleia do desconhecido e duelar na Caverna Profunda. O duelo será de vida ou morte. Da capacidade de aprender e decodificar as mensagens misteriosas do caminho, e agir movido pelo coração em sintonia com a mente, ressoando a voz íntima da alma iluminada oculta no âmago do ser, depende o seu futuro. Glória ou infâmia. Continuar evoluindo ou fenecer.

Parece-me muito clara a natureza narrativa do que estamos vivenciando agora, neste 2020 tão turbulento, assustador, mas paradoxalmente abundante de oportunidades de transformação. Esta é uma gigante Jornada do Herói. É o corpo coletivo da humanidade inteira que constitui o protagonista múltiplo, integrado, dessa epopeia fractal. O que está em cima, está embaixo.

O que acontece no indivíduo acontece no nível da coletividade onde cada um de nós é só – e maravilhosamente isso – uma célula. Ou subimos juntos para um novo patamar, puxados pelas células inspiradoras que já nos antecederam o caminho, ou o peso das células adormecidas acovardadas pelo medo incutido nos arrasta para o calabouço escuro da inconsciência contínua. A escolha da Aventura ou a Recusa ao Chamado está nas mãos de cada um.

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Gostaria de conhecer mais? Através desse meio lúdico – que pode ser transportador de conteúdo sério, quando trabalhado por gente consciente do valor da Comunicação Construtiva – tão prazeroso que é o cinema de aventura? Explorando a arte narrativa biográfica para examinar experimentalmente uma cena da sua vida?

Meu próximo webinar da série Cine Consciência pode lhe ser uma ótima surpresa. Inscrições abertas.

https://www.sympla.com.br/cinema-e-sua-historia-de-vida—indiana-jones-e-a-ultima-cruzada—a-jornada-do-heroi__917960

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